Atire a primeira preda. ♫ Eu, com essa dor de rim... ♪

domingo, 22 de novembro de 2020

Como é a dor de cálculo renal?


  

    Esse texto tem o intuito de ajudar a quem está com dúvidas: Como é a dor no rim? Estou com pedras nos rins? o que devo fazer se estiver?

 Sobre dor

    Cada indivíduo tem uma percepção diferente da dor. Qualquer dor. Mulheres sabidamente suportam melhor as dores. Por isso, segundo a sabedoria popular, a elas foi dada a função do parto. Mas o ponto é o que disse ali no começo: cada indivíduo tem percepções e mesmo lembranças diferentes da dor. Assisti a um documentário em que uma pessoa que sobreviveu a várias facadas relatava que a dor era como se tivesse levado uma surra a pauladas. Isso é bem deferente da dor que eu próprio imaginava, lembrando das vezes em que ia cortar alimentos e o dedo ia junto.

Intensidade da dor

    A mesma sabedoria popular decreta: pedra no rim dói mais que a dor do parto. Tenho que discordar. Meu parto... desculpe a brincadeira, tem leitor que não sabe: sou homem. Mas, como ia dizendo, o meu parto das pedrinhas sem dúvida foi doloroso, mas não foi a pior dor que senti. A pior dor da minha vida foi a que senti quando acordei da anestesia numa cirurgia de  ombro, mas esse é outro assunto.     

    Vamos lá: as pedras doem muito quando se desprendem do rim. A dor fica muito intensa quando a pedra se solta, cai no cálice e pelve renal (número 1 na figura) e percorrem a dolorosa viagem até a bexiga pelo ureter (número 2).



    Essa viagem até a bexiga pode durar minutos, horas, dias... No meu caso quando ela se manifesta não há remédio para cólica que resolva. Não adianta aquele cujo nome parece que "busca o pão". Só hospital e medicação na veia. Há momentos sem dor, com dor menor e momentos de crise, quando a dor é bem forte. Durante as crises não consigo dormir e não há posição que alivie a dor: sentado, deitado, de bruços, de lado, de cabeça para baixo... dói de tudo quanto é jeito. É o rim produzindo contrações para expelir a pedra. 

    Mas, no meu caso, não é uma dor totalmente incapacitante, tanto que já dirigi por mais de uma hora em direção a um hospital, onde depois fui internado. Dá para sentir onde a pedra está em seu caminho até a bexiga, e quando ela consegue passar a dor desaparece imediatamente.

Como saber se a dor é no rim?

    Escrevi este texto justamente por conta desta pergunta. A primeira vez que tive pedras confundi a dor com o que se diz popularmente como "mau jeito nas costas". Lembro até hoje: meados dos anos 80, vinte e poucos anos, saio do banho com um incômodo achando que ia passar em pouco tempo. Durou duas semanas, que é o tempo médio que levo para expelir uma pedrinha. Durante esse período tenho entre duas e quatro crises dessas que descrevi acima.

    Recentemente tive inflamação no nervo ciático e senti a mesma confusão com dor no rim. Portanto é fácil confundir o início de uma crise renal com dores comuns nas costas.

Como ter certeza?

    Melhor não arriscar e ir a um hospital. Como sempre, falo do meu caso: consigo buscar socorro mesmo durante a crise e hoje sei diferenciar uma dor de cálculo de uma dor nas costas. Infelizmente passei muitas vezes por este processo. Muitas pessoas não conseguem dirigir, sequer andar durante uma crise. Óbvio que nestes casos é necessário procurar ajuda, mas não dá pra dispensar o pronto-socorro.

    No hospital, nas vezes em que tive o diagnóstico, dois foram os procedimentos adotados: exame de urina para verificar a presença de sangue (nem sempre é claramente visível) e ultrassom. Antes o paciente recebe medicação na veia para aliviar a dor. Esses procedimentos não levam menos que duas horas. Isso depois que você foi admitido no pronto socorro. Importante destacar que todas as minhas experiências de internação aconteceram quando tinha convênios razoáveis. Nunca tive a experiência em hospital público, peço que quem tenha passado por isso, se possível, comente como foi.

    A importância de diagnóstico no hospital é evidente, e no meu caso serviu para constatar pedras grandes que obstruíam o ureter, aumentando a pressão no rim e colocando a integridade dele em risco. Os dois rins tiveram, em diferentes momentos, pedras grandes que exigiram internação. Conto um pouco minhas experiências nos textos sobre cateter duplo J, links aqui e aqui.

    Espero ter ajudado! Por favor, coloque suas dúvidas e descreva suas experiências nos comentários. Atenção: este texto tem caráter opinativo, baseado em experiência própria. Não substitui uma consulta a seu urologista.

Photo by Sam Burriss on Unsplash

         

1 comentários:

Anônimo disse...

...novo tópico do problema.
Verão agora e momento de CUIDAR DA SAÚDE.

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Atire a primeira preda.

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