Atire a primeira preda. ♫ Eu, com essa dor de rim... ♪

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Viver é perigoso

Inevitavelmente leva à morte. Ir de um ponto a outro é perigoso. Segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) ocorreram em São Paulo de janeiro a outubro de 2008 1.212 mortes:

569 pedestres
386 motociclistas
202 motoristas ou passageiros
55 ciclistas

Em números aproximados, dois pedestres mortos por dia. Dez motociclistas por semana. Cinco pessoas usando carro mortos por semana. Um ciclista a cada cinco dias.

Por que família e amigos insistem tanto em pedir a mim e a outros amigos ciclistas para que paremos de usar bicicleta como meio de transporte quando ocorre um acidente grave? Nunca vi alguém pedir a amigos, parentes, companheiros, namorados a pensar sequer em parar de dirigir após um acidente automobilístico. Pelo contrário, afinal a vida continua, não é mesmo?  Mesmo que você tenha atropelado alguém é perfeitamente justo e natural que continue a dirigir. Foi só um acidente, você estava atento, respeitando todas as leis de trânsito, não é? Além do mais pedestre que atravessa fora da faixa merece morrer, e lugar de ciclista não é na rua. Desculpe a ironia, mas uma hora cansa a falta de vontade para raciocinar de uma sociedade educada a manter a cultura do carro em uma posição tão valorizada.

A CET provavelmente vai querer faturar créditos com a diminuição do número de mortes de ciclistas, que ultrapassava de 80 nos anos anteriores. Mas a CET não move um dedo sequer para melhorar a situação. Essa diminuição é única e exclusivamente resultado de um trabalho de conscientização que parte dos próprios ciclistas. Insisto na idéia: quando cada motorista tiver a consciência de que quem vai à frente pedalando pode ser um conhecido/amigo/parente esta situação vai melhorar. Ações da CET favoráveis a ciclistas só virão quando as cabeças que a comandam mudarem, seja com a mudança de idéias ou de pessoas.

Não quero que todo mundo ande de bicicleta. Sei que é complicado, exige preparo, esforço,tem que sair da zona de conforto, tem que ter força de vontade, coragem para quebrar paradigmas e enfrentar adversidades. Sei tudo isso. Mas quero uma coisa extremamente simples das pessoas que não têm coragem ou vontade de usar bicicleta como meio de transporte: respeito pela minha opção, respeito pela minha integridade física, respeito pela minha vida. Estou cuidando dela, como várias mensagens populares recomendam. Não fazer ao próximo o que não desejar a si mesmo. Simples assim. 


6 comentários:

Anônimo disse...

queria, mesmo, ter coragem para enfrentar o trânsito de São Paulo de bicicleta. mas não tenho. cuide-se, só isso. ^^ adorocê!

bobmacjack disse...

Ine, a vondade é que as condições para os ciclistas melhorem a ponto de ninguém precisar ser "corajoso" ou "louco" para sair na rua de bicicleta. Não sei se dá tempo pra você, rs! Mas pra Maria, quem sabe...

Beijo(s)!

Daniela do Carmo disse...

Fazendo direção defensiva e agindo com a cabeça no lugar, dá pra sair vivo e andar do jeito que você quiser. Admiro os que andam de bicicleta pelo esforço físico incluído, pela paixão que têm pelas bikes, pela liberdade de andar livre, pelo charme da atividade, pela questão ecológica.
E sim, claro, você tem todo o direito de fazer o que quiser. As pessoas só devem estar te enchendo o saco porque te querem bem. Eventualmente, isso esbarra na patrulha, é verdade.
Bjs

bobmacjack disse...

Daniela: sim, elas me querem bem! O que inclui continuar a deixar com que eu ande de bicicleta :)

Infelizmente nem todos adotam a postura da direção defensiva, frequentemente acontece o oposto: dirige-se agressivamente. Testosterona demais, inclusive nas meninas, metaforicamente falando. Dirigir é poder.

É uma luta inglória e tudo o mais, só que eu sou teimoso e resolvi que não quero ficar mais sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar, rs!

Beijo, prazer te ver por aqui, abraço, volte sempre.

Roberta disse...

Concordo com vc... No final das contas, os loucos parecem pessoas de bem e pessoas de bem parecem malucos.

Eu vou a pé para o trabalho, 40 minutos andando. Se fosse mais longe eu iria de bicicleta. Faço isso pra ser um carro a menos no transito e um stress a menos na minha cabeça, mas há quem me chame de doida.

Te entendo e apóio. Continue que o mundo vai ser nosso, dos malucos.

Anônimo disse...

de dois em dois dias, hein. tsctsc =p

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